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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A CULPA

A CULPA.


Que culpa pode ter um homem
Por se deixar apaixonar
Será preciso que o apontem
Por se deixar impressionar

Como poderá este sair
Sem ter um rumo e sem olhar
Terá culpa de se deixar ir
Sem poder antes aprofundar?

A responsabilidade é que recai
Sempre para o mesmo lado sem pudor
Pudor dos dois esse que se vai
Quando não se pensa nem na dor

A dor de quem está de lado
Durante este acto desmentido
Pois dois Terão lá estado,
Mas sem nunca lá ter ido.

Numa mulher que anda solta
Ou regresso de quem falhou
Nunca se assume na volta,
Nem pinga do que se passou.

Mas que triste esta realidade,
A de hoje que é tão singular
Revela perdida a oportunidade
E sem vontade de a encontrar

Não sabendo nem quem somos
Se não soubermos quem temos
Em casa, na rua, seremos como
A vontade de quem escolhermos

O sentimento de querer
Com o tempo se desvanece
Tal como a vontade de viver
Que nem sempre se reconhece.

No final fica só a Acrimónia
De quem se quer arrepender
Dessa tão querida Cerimónia
Que agora, queremos esquecer

Dignidade...

Dignidade...


Que é feito dessa tal dignidade
Aquela a que todos apelamos
Parece não se perder oportunidade
Para que todos nós a esqueçamos

Que é feito dessa tal dignidade,
De que continuamente falamos
Parece que se perde a saudade,
Aquela com que nos confortarmos

Pois dela ainda não me esqueci
Nem de a trazer ao meu lado
Por vezes parece que a perdi
Não te iludas, estás enganado!

É com tamanha perplexidade
A que assisto esquecido
Mesmo com alguma cordialidade
Ainda não estou convencido

Não cedo a muitas emoções
Pois não sou nada invejoso
Sou fiel ás minhas acções
E dignamente consciencioso

Há quem apregoe dignidade
E que apenas parta corações
Será que apenas por vaidade
Ou não terão mais devoções

A falta de dignidade é maléfica
E de tal forma dissimulada
Que se perde toda a ética
Vivendo uma vida encapuçada

Tentando sempre parecer
Um grande homem sentimental
Acabando mesmo é por se ser
Um estranho, e tamanho animal

Apenas um miúdo sem vícios
Mas com uma vidinha astuta
Pode chegar ao mesmo sítio
Mas sempre de forma arguta

Não perde é nunca aquela
Que viaja sempre do seu lado
Nem que por muitas sequelas
Tenha, só por tentarem para-lo

Podem tentar até para-lo
Até mesmo faze-lo cair
Mas nunca tentem é cala-lo
que aí, vão mesmo ter de ouvir!

Se por vezes tiver de recuar
Será por não haver mais opção
Não o tentem depois culpar
Pois não lhe deram solução

Por diversão o homem insiste
Só para seu ego alimentar
Até que a crente o permite
Sem nunca se responsabilizar

Existem sempre duas faces
Numa qualquer “permissão”
Essas faces sempre são caras
Cada cara, tem seu coração.

Muito cuidado com a cara
E mais ainda com o coração
Que não leve do seu lado
A bela dignidade pela mão.